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quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Capítulo I

A mudança ainda estava em algumas caixas e meu quarto quase pronto. Era pequeno, as paredes eram brancas, tinha uma janela no canto esquerdo onde coloquei uma cortina rosa claro e troquei as lâmpadas velhas e amarelas do lustre por pequenas lâmpadas fluorescentes. Como a casa toda estava meio mobiliada, trouxemos só o que não tinha. O roupeiro era embutido, a cama era de casal com a cabeceira em um tom marfim com formato de coração e, o bônus era uma penteadeira com três espelhos grandes no mesmo tom de marfim que os outros móveis. O quarto tinha um carpete, mas pedi para tirar devido a minha alergia.
O final de semana passou demoradamente, nossa família é pequena e, como somos novos ainda não recebemos visitas.
O dia amanheceu, estava claro quando alguém me chamou.
- Miry, está na hora querida – falou minha mãe sem abrir a porta.
- Já vou – respondi enquanto levantava. Tirei o pijama, vesti uma roupa confortável, peguei minha mochila, desci as escadas, apanhei uma maçã da fruteira e sai para a escola.
Não tinha pressa, como era nova ainda não tinha amigos, só conversava com Josefy, minha colega de classe, ela sempre chegava antes de mim.
A escola ficava a cinco quarteirões da minha casa, não era longe. Quando cheguei fui direto para a sala e estranhei minha colega não estar lá. Sentei e aguardei curiosa. Onde ela poderia estar? Será que iria demorar? O que acontecera? Perguntava-me e, nesse exato momento ela chegou. Estava deslumbrante. Sua presença fazia com que qualquer garota se sentisse um “trapo sujo”, sempre se vestia impecavelmente, usando tons escuros para realçar sua pele branca como porcelana, seus lábios eram sempre vermelhos como sangue, olhos escuros, pretos como a noite, seu corpo era magro, o cabelo era loiro platinado e curto totalmente picado, apontando para várias direções.
- Bom dia – disse ela sentando-se ao meu lado.
- Bom dia – respondi sorridente.
Estava curiosa, mas não sabia se perguntava o que acontecera, então resolvi deixar a curiosidade de lado.
Estava imersa em meus pensamentos quando uma bolinha de papel bateu em meu olho. Foi naquele exato momento que reparei nele, um garoto com um físico de tirar o ar de qualquer garota. Seus olhos eram verdes, sua boca se movia rápido, seus dentes brilhavam como diamantes, seu cabelo bem arrumado era preto como carvão.
- Me desculpe – disse ele – Não machuquei seu olho, não foi? – continuou a falar.
- Não foi nada... – falei. Como alguém pode ser tão lindo?
Minha colega Josefy ria baixinho, fiquei envergonhada pensando que ela tivesse lido meus pensamentos, que paranóia minha isso é impossível.
O garoto perfeito pediu desculpas e foi para sua classe ao lado de uma garota cujo nome não sabia dizer, ela era magra e parecia ser alta, a julgar pelo tamanho das pernas, seu cabelo cor de fogo alcançava o meio das suas costas. Não consegui ver seu rosto, estava virada para frente. Quando ele sussurrou algo em seu ouvido, ela se virou para me encarar e então pude vê-la. Tinha uma pele clara, bochechas rosadas e olhos claros como os dele, que agora também me fitavam. Baixei a cabeça e pude ver que os dois se viravam para frente. Senti meu rosto queimando, mas ninguém podia ver. Essa é uma das vantagens de ter pele escura.
Como não havia percebido aquele garoto lindo antes? Quem era aquela garota ao lado dele? Meu Deus onde eu estava com a cabeça que nunca o vi? O que mais perdi?
- Eu sei de tudo e posso ajudar você, se quiser é claro – disse Josefy interrompendo meus pensamentos.
- Claaaaro, ah se não for atrapalhar – disse sem graça. Mas como ela sabia? Ela parecia ter lido meus pensamentos, mas como...
- Não atrapalha nada sua bobinha – disse-me com um sorriso torto.
Nesse instante ela se colocou de pé e o sinal tocou. Parecia que ela sabia que iria tocar.
-Vamos nessa – disse puxando-me pela porta – Hoje você irá conhecer o pessoal, meus amigos.
Caminhamos até o refeitório, lá havia diversas mesas dispostas aleatoriamente onde os estudantes se espalhavam. Seguimos na direção de uma mesa cheia de garotos parando de frente para eles e ela começou a falar. De inicio não prestei muita atenção no que ela tagarelava, mas depois interrompi meus pensamentos para ouvir.
-... E então essa é... ah Miryan, minha colega de classe – foi o que consegui ouvir.
- Olá gatinha – disse um garoto alto, mais alto que eu, tinha um físico de um jogador de beisebol – Meu nome é Justim Brown, muito prazer em conhecê-la – ele beijou minha mão.
- Ah... igualmente – disse sem graça. “Que gato”, pensei.
- Oi, sou Michael, é um prazer conhecê-la – este não se levantou só acenou para mim, mas deu uma piscadinha sorridente.
- Igualmente – respondi.
- Esses são William, Samuel e Briam, meu irmão – disse Justim apontando para os outros.
- E ai – disseram Samuel e William.
Apenas assenti. Quando me dei conta, Briam estava na minha frente a dois palmos de distancia.
- Você é a garota que eu acertei uma bolinha de papel no olho, não é? – perguntou-me.
- Ah... sim foi – disse sentindo meu estômago se revirar.
- Me desculpe – ele começou – Sou Briam Brown, irmão do Justim – ele parou olhando para seu irmão – esse assanhado – algumas risadas se sucederam com o pequeno comentário de Briam – Você é nova por aqui não é? – perguntou ele com um sorriso estonteante.
- Ah, sim sou nova. Me mudei há poucas dias para cá... – nesse momento Josefy se meteu entre nós.
- Bom, vocês podem se falar depois. Tenho que apresentar o resto da escola para ela se não se importa Briam – ela disse virando-se para ele e dando um beijo em seu rosto.
- Tudo bem – respondeu ele prontamente – Vejo vocês na sala – disse voltando para a mesa.
Nós duas saímos e fomos para outra mesa, nessa havia somente garotas.
- Olá meninas – disse Josy.
- Olá – responderam sorridentes.
- Esta é Miryan, minha colega. Ela é nova por aqui e eu me ofereci para apresentar a escola – disse Josy – esta é Gaby, July e Ambry.
-Oi – disseram as três – Sente-se aqui conosco, seja bem-vinda.
- Ah, obrigada – e me sentei, reconheci um rosto ali, a garota que sentava ao lado do Briam. Tinha certeza de que era ela.
- Você é a garota que o Briam acertou hoje na aula? – perguntou uma voz de anjo. Analisei suas roupas e notei que se vestia despojadamente. Um casaco com as mangas dobradas até o cotovelo, uma blusinha clara para dar destaque, já que seu casaco era preto e simples, tinha um sorriso meigo que não mostrava todos os dentes. Percebi então que não havia respondido sua pergunta e interrompi meus pensamentos para fazê-lo.
- Sou sim, mas não foi nada. Não perdi a visão pelo menos – fiz piada e elas acharam graça. Riram pelo menos.
- Ah – disse ela entre gargalhadas – você é muito engraçada – acrescentou entre risos novamente.
- Obrigada.
- Eu sou Gaby, é um enorme prazer!Bem-vinda a escola, espero que goste daqui.
- O prazer é meu. Espero que sim. – eu realmente esperava gostar da escola.
- Eu sou Ambry Mayer – disse a garota ao lado dela - Sou sua colega também! – parecia a miss simpatia. Seu cabelo era castanho, olhos meio avermelhados, tinha lábios finos, sua pele era morena, pouco mais clara que a minha, vestia uma blusa branca com alguns botões abertos.
- Oi, é um prazer conhecer você também – já estava me sentindo bem acolhida na escola.
- Já que todas falaram, também vou me apresentar. Sou July Scrin – ela era a menos bonita, pode se dizer, ruiva com sardas em seu rosto e era a única a usar o uniforme, pensei que não havia notado minha presença, estava com seu óculos caído até a ponta do nariz, imersa em um livro – seja bem-vinda – ela acrescentou educadamente e voltou para sua leitura.
- Ah, obrigada – o sinal tocou, mais alto dessa vez.
- Bem garotas, vamos para o sacrifício, aula de física quântica – disse Josy. Nos levantamos e fomos para a sala em silêncio.
Quando sentei em minha classe havia um pedaço de papel dobrado em baixo do meu caderno, onde dizia:

“Perdoe-me, gostaria de recompensar, o que acha de tomar um sorvete?”
Briam.

Fiquei paralisada. Minha respiração podia ser ouvida a quilômetros de distancia.
- Você vai, não é? – perguntou Josy curiosa.
- Ahm, não sei. A Gaby não é namorada dele? – perguntei tão baixo que nem sei se ela pôde me escutar.
- Não, Briam é solteiro, e acho que está afim de você – ela lançou um olhar para ele, seu sorriso era malicioso.
- Você é vidente, lê mentes ou o que? – estava intrigada.
- O que? – disse ela – não, quer dizer, isso é meio óbvio, não precisa ser vidente ou ler mentes para saber, é só conhecer os garotos.
O resto da semana voou.

2 comentários:

# נєѕѕ # disse...

Adoro demaais! ;]

∂éн disse...

Oi!!
Tem mais dois selinhos pra você!!
BeijO' ^^