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terça-feira, 9 de novembro de 2010

Cap VI

Briam apareceu no quarto hoje pela manhã para me convidar para um passeio logo após o almoço. As horas passavam e estava começando a ficar ansiosa para vê-lo.
Quando terminei de almoçar com as meninas andei até a praia para encontrá-lo.
Assim que ele me viu correu em minha direção.
- Pensei que você ia me deixar esperando. – exclamou.
- Pois pensou errado, - falei – e não demorei tanto assim você que é apressado.
- Sou sim, e por falar nisso nós precisamos conversar, - sempre que alguém me falava isso nunca era coisa boa que vinha. – venha, vamos sentar.
Algo dentro do meu estomago começava a se mexer ruidosamente.
Nos sentamos perto do mar, a areia estava quentinha, e a água que batia de vez em quando nos meus pés era muito gelada, perguntei-me se era eu quem causava isso.
Briam olhava para longe, parecia que ele tinha esquecido que eu estava ali.
- O que você tem Briam? – perguntei
- Você anda muito estranha ultimamente, - começou- sou seu namorado, pode confiar em mim, não me esconda as coisas.
- Meu querido, não estou escondendo nada de você, só não sei explicar direito o que eu estou vivendo.
- Miry, - ele pegou uma mecha do meu cabelo – pode falar seja lá o que for.
O medo correu por minhas veias, me deixando um pouco confusa, ele era meu namorado, não era justo esconder coisas dele. Resolvi falar.
- Tenho algo para contar, - comecei – quero que saiba que não é algo só meu, mas, sim de Josy, Ambry e Gaby – nós...
- MIRY! - gritou Ambry, e ao seu lado estavam Gaby e Josy.
- Olha só quem chegou! – exclamou Briam – Chegaram bem na hora em que minha garota ia me contar algo!
- Desculpem atrapalhar, -falou Gaby – mas é que a mãe da Miry esta ligando desesperada para falar com ela, já não sabíamos mais o que fazer para enganá-la.
Elas riram em coro, eu no fundo sabia que elas estavam ali por outro motivo.



***

- Você ia falar pra ele? –perguntou Ambry
- Ela não faria isso, não é mesmo? – tentou Gaby
- Caladas!- interveio Josy
Agora não teria mais volta.
O silencio era cruel, as três ali paradas me encarando como se eu tivesse matado alguém.
- Comece. – pediu Ambry.
-Vocês não são minha mãe, não devo explicação de nada! Briam é meu namorado e tem o direito de saber a verdade.
- Fale agora que ele é o amor da sua vida, que você nunca gostou de ninguém como gosta dele e etc. – Gaby veio parar bem na minha frente – Cometa agora todos os erros que eu já cometi no passado. Será que você não percebe a gravidade da situação, pelo amor de deus garota. Acorda pra vida! – dito isso ela saiu do quart me fazendo pensar na besteira que iria cometer se tivesse falado algo.
Josy andou e sentou-se ao meu lado, pegou minha mão e disse: - Minha querida, você viu o que aconteceu hoje aqui?
- Sim – respondi.
- Deixe-me explicar algo para você, fizemos ontem um pacto que não pode ser quebrado, mas, isso não vem ao caso agora.
Eu entendo perfeitamente que Briam é seu namorado e que você gosta dele, mas, existem certos segredos s coisas que não podem ser faladas pra mais ninguém, você me entende?
- Sim.
- Pois então, você vai sair desse quarto, vai voltar para a praia, falar com o seu namorado, e inventar uma história qualquer, seja lá o que for nós vamos confirmar depois, o mais importante é que você entenda que o que nós fazemos, os poderes que possuímos, não são comuns, precisamos descobrir como utiliza-los.
- Me desculpem, eu não pensei, ia agir por impulso.
- Não tem problema.
Sai do quarto um pouco envergonhada, antes de falar com Briam iria procurar Gaby.
Andei pelo hotel para tentar encontrar Gaby. Após alguns minutos encontrei-a, sentada em uma mesa, com as mãos apoiando a cabeça.
- Posso falar com você? – pedi.
- Claro. – falou.
Sentei de frente para ela, que não me olhava nos olhos, olhava para a mesa.
- Me desculpe, eu ia cometer um erro hoje...
- Escute, - falou ela, virando a cabeça para me olhar nos olhos. – eu falei tudo aquilo por impulso, não queria ofender você, longe disso, só que eu olho para você e me vejo, e as vezes cometendo os mesmos erros que eu cometi.
- Como assim?
- Miry, volte para a praia e fique com Briam, só não conte nosso segredo para ele, mais tarde irei até seu quarto e nós poderemos conversar.
- Vou esperar, até mais.
- Até mais.
E como elas haviam pedido, voltei para a praia onde Briam ainda estava sentado a me esperar.

***

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Cap V

Estávamos no saguão à espera de Josy, era um lugar tão belo. Os minutos passavam e ela não aparecia, quando decidimos ir embora ela chegou.

Estava com uma pilha de livros nos braços, e impecavelmente arrumada, com um belo vestido longo vermelho, com um sobretudo branco e os cabelos soltos.

- Desculpem a demora, estava pegando esses livros, – levantou a pilha enquanto falava – vamos até o restaurante assim podemos conversar e jantar, estou faminta.

Caminhamos em silêncio até o restaurante. Era um lugar lindo, as mesas eram redondas, as cadeiras eram de madeira escura, com um estofado branco. Era iluminado por um lustre imenso no centro, em cima das mesas tinha uma candelária.

Pedimos pratos iguais, uma Salada Cinza para entrada, Pato grelhado, e para sobremesa Bananas flambadas com sorvete de morango.

Tomamos um delicioso vinho branco chileno.

- Vamos começas – disse josy – esses livros que peguei, são explicativos, cada uma recebera um para ler e depois podemos ver o que esta acontecendo.

- Mas, sobre o que são esses livros, quero dizer para que servem?

- O seu Miry é sobre o poder água, não sei bem explicar para que servem, é como se cada um deles falassem de um poder, tem muitos desses livros na biblioteca mas estes me chamaram atenção por serem todas da mesma escritora.

Após jantarmos fomos cada uma para seu quarto, levando junto de si seu livro de poderes.

Joguei-me na cama e logo adormeci.

Pela manha peguei o livro para ler, ele foi escrito por uma cigana, cujo nome é Dara, bem diferente por sinal.

Nele dizia que poder controlar a água é um dom que é adquirido por herança genética, é uma fonte de poder. Obviamente achei estranho. Continuei a ler, “quem o possuir é descendente da mãe dos mares, rios, e oceanos”.

Terminei de ler o livro muito rapidamente, minha mente girava confusa, eram muitas perguntas sem respostas ainda.

Quando me dei por conta já estava na hora do crepúsculo. Duas batidas suaram de leve na porta, assim que foi aberta pude ver o rosto perfeito de Briam.

- Posso entrar? – perguntou.

- Entre – falei.

- Por que não saiu do quarto hoje?

- Queria ler um livro, e também estou um pouco cansada – uma duvida enorme surgiu em meus pensamentos, se eu contasse o que estava acontecendo, ele provavelmente iria achar que estou ficando maluca. - e indisposta.

- Não esta se sentindo bem amor? – ele sentou-se ao meu lado na cama.

- Estou bem, - se congelar água é bom eu não sei. – não se preocupe.

- Quer jantar comigo essa noite?

- Claro, vamos.

Descemos para o restaurante para comer algo. Ficar com ele me acalmava, era como estar com minha outra parte, algo que ficava faltando quando ele estava longe.

***

Já no quarto, peguei o livro novamente. Tinha algumas coisas das quais não tinha entendido e precisava reler para entender. “Com esse poder pode – se fazer muitas coisas, como salvar a natureza, controlar enchentes e devastações.”

Nossa, será que é verdade?- iria descobrir de algum jeito.

Queria testar para ver se funcionava, então peguei uma jarra com água que estava ao lado da cama, - congele – se – falei, mas nada aconteceu, peguei a jarra nas mãos, - congele – se... Por favor – mas nada aconteceu, já estava ficando com os nervos alterados. Inúmeras tentativas e todas frustradas. Coloquei a jarra de volta no lugar, nada tinha dado certo, olhei furiosa para a jarra. - congele-se sua porcaria... - tive um sobressalto assim que percebi que ela estava totalmente congelada, chegou a ficar branca. Então compreendi o que estava fazendo de errado, preciso olhar, me concentrar e falar. Precisava falar com josy, eram muitas coisas para um dia só.

Coloquei um tênis e desci para procurar por ela. Como não a encontrei fiquei do lado de fora a sua espera.

Ela chegou de táxi, com as imensas sacolas de compras nas mãos, ela andava em minha direção.

- Oi, o que esta fazendo aqui fora? – deu-me um beijo na face.

- Estou esperando você, – disse rapidamente – terminei de ler aquele livro que você trouxe, descobri muitas coisas e preciso contar para você.

- Vamos subir, e lá você me conta.

Fomos para o quarto, e assim que entramos comecei a contar tudo o que havia descobri do.

- Você congelou isso? – ela perecia atônita. – Como fez isso?

- Me concentrei e ela congelou, foi muito estranho mais gostei de saber que posso fazer isso.

- Vamos falar com as meninas para contar a novidade. – Disse peando o telefone e ligando para Ambry e Gaby.

Elas parecerão muito contentes com a noticia, Gaby falou que adoraria derreter o gelo, ela era a mais feliz de todas, sempre estava a mil, não tinha nenhuma trava na boca, falava o que bem queria, falava palavrões com uma naturalidade impressionante. Josy por sua vez era mais recatada, mais contida, Ambry era a mais palhaça de todas.

Cada uma com suas diferenças, e agora poderes.

- Vamos testar os poderes, Ambry veja onde deixei minha blusa vermelha – pediu josy.

- Esta na gaveta do meio embaixo de outras três calças jeans. – informou ela.

- Muito bem, agora você Miry, congele essa copo com água.

- Pode deixar, - olhei fixamente para o copo e o congelei – aqui esta.

- Muito bom agora, Gaby derreta esse gelo.

- Manda, - pediu ela, e em um segundo saia fumaça do copo – pronto, bem quentinho.

- Isso é fantástico, agora é minha vez, miry pense em algo, mas não fale o que é, e se eu acertar vá mudando o que esta pensando.

Comecei a lembrar do dia em que Briam me pediu em namoro...

- Que coisa mais meiga, ele se ajoelhou e pediu você em namoro. – falou ela

Mudei os pensamentos, assim como ela havia me pedido, lembrei do dia em que conheci todo o pessoal da escola...

- E se não fosse por mim você estaria até agora andando por ai sozinha. – ela deu uma gargalhada. – Muito bem, o que vamos fazer?

- Não podemos contar para ninguém, eles vão achar que estamos ficando loucas. – não sei elas mais tenho certeza que Briam ia achar que sou pirada.

- Você tem razão, iriam achar mesmo – concordou josy.

- Esse será nosso segredo. – disse ambry.

E então fizemos um pacto que jamais poderia ser quebrado, um pacto de amizade, que envolvia algo muito estranho por trás.

***

Estávamos no saguão à espera de Josy, era um lugar tão belo. Os minutos passavam e ela não aparecia, quando decidimos ir embora ela chegou.

Estava com uma pilha de livros nos braços, e impecavelmente arrumada, com um belo vestido longo vermelho, com um sobretudo branco e os cabelos soltos.

- Desculpem a demora, estava pegando esses livros, – levantou a pilha enquanto falava – vamos até o restaurante assim podemos conversar e jantar, estou faminta.

Caminhamos em silêncio até o restaurante. Era um lugar lindo, as mesas eram redondas, as cadeiras eram de madeira escura, com um estofado branco. Era iluminado por um lustre imenso no centro, em cima das mesas tinha uma candelária.

Pedimos pratos iguais, uma Salada Cinza para entrada, Pato grelhado, e para sobremesa Bananas flambadas com sorvete de morango.

Tomamos um delicioso vinho branco chileno.

- Vamos começas – disse josy – esses livros que peguei, são explicativos, cada uma recebera um para ler e depois podemos ver o que esta acontecendo.

- Mas, sobre o que são esses livros, quero dizer para que servem?

- O seu Miry é sobre o poder água, não sei bem explicar para que servem, é como se cada um deles falassem de um poder, tem muitos desses livros na biblioteca mas estes me chamaram atenção por serem todas da mesma escritora.

Após jantarmos fomos cada uma para seu quarto, levando junto de si seu livro de poderes.

Joguei-me na cama e logo adormeci.

Pela manha peguei o livro para ler, ele foi escrito por uma cigana, cujo nome é Dara, bem diferente por sinal.

Nele dizia que poder controlar a água é um dom que é adquirido por herança genética, é uma fonte de poder. Obviamente achei estranho. Continuei a ler, “quem o possuir é descendente da mãe dos mares, rios, e oceanos”.

Terminei de ler o livro muito rapidamente, minha mente girava confusa, eram muitas perguntas sem respostas ainda.

Quando me dei por conta já estava na hora do crepúsculo. Duas batidas suaram de leve na porta, assim que foi aberta pude ver o rosto perfeito de Briam.

- Posso entrar? – perguntou.

- Entre – falei.

- Por que não saiu do quarto hoje?

- Queria ler um livro, e também estou um pouco cansada – uma duvida enorme surgiu em meus pensamentos, se eu contasse o que estava acontecendo, ele provavelmente iria achar que estou ficando maluca. - e indisposta.

- Não esta se sentindo bem amor? – ele sentou-se ao meu lado na cama.

- Estou bem, - se congelar água é bom eu não sei. – não se preocupe.

- Quer jantar comigo essa noite?

- Claro, vamos.

Descemos para o restaurante para comer algo. Ficar com ele me acalmava, era como estar com minha outra parte, algo que ficava faltando quando ele estava longe.

***

Já no quarto, peguei o livro novamente. Tinha algumas coisas das quais não tinha entendido e precisava reler para entender. “Com esse poder pode – se fazer muitas coisas, como salvar a natureza, controlar enchentes e devastações.”

Nossa, será que é verdade?- iria descobrir de algum jeito.

Queria testar para ver se funcionava, então peguei uma jarra com água que estava ao lado da cama, - congele – se – falei, mas nada aconteceu, peguei a jarra nas mãos, - congele – se... Por favor – mas nada aconteceu, já estava ficando com os nervos alterados. Inúmeras tentativas e todas frustradas. Coloquei a jarra de volta no lugar, nada tinha dado certo, olhei furiosa para a jarra. - congele-se sua porcaria... - tive um sobressalto assim que percebi que ela estava totalmente congelada, chegou a ficar branca. Então compreendi o que estava fazendo de errado, preciso olhar, me concentrar e falar. Precisava falar com josy, eram muitas coisas para um dia só.

Coloquei um tênis e desci para procurar por ela. Como não a encontrei fiquei do lado de fora a sua espera.

Ela chegou de táxi, com as imensas sacolas de compras nas mãos, ela andava em minha direção.

- Oi, o que esta fazendo aqui fora? – deu-me um beijo na face.

- Estou esperando você, – disse rapidamente – terminei de ler aquele livro que você trouxe, descobri muitas coisas e preciso contar para você.

- Vamos subir, e lá você me conta.

Fomos para o quarto, e assim que entramos comecei a contar tudo o que havia descobri do.

- Você congelou isso? – ela perecia atônita. – Como fez isso?

- Me concentrei e ela congelou, foi muito estranho mais gostei de saber que posso fazer isso.

- Vamos falar com as meninas para contar a novidade. – Disse peando o telefone e ligando para Ambry e Gaby.

Elas parecerão muito contentes com a noticia, Gaby falou que adoraria derreter o gelo, ela era a mais feliz de todas, sempre estava a mil, não tinha nenhuma trava na boca, falava o que bem queria, falava palavrões com uma naturalidade impressionante. Josy por sua vez era mais recatada, mais contida, Ambry era a mais palhaça de todas.

Cada uma com suas diferenças, e agora poderes.

- Vamos testar os poderes, Ambry veja onde deixei minha blusa vermelha – pediu josy.

- Esta na gaveta do meio embaixo de outras três calças jeans. – informou ela.

- Muito bem, agora você Miry, congele essa copo com água.

- Pode deixar, - olhei fixamente para o copo e o congelei – aqui esta.

- Muito bom agora, Gaby derreta esse gelo.

- Manda, - pediu ela, e em um segundo saia fumaça do copo – pronto, bem quentinho.

- Isso é fantástico, agora é minha vez, miry pense em algo, mas não fale o que é, e se eu acertar vá mudando o que esta pensando.

Comecei a lembrar do dia em que Briam me pediu em namoro...

- Que coisa mais meiga, ele se ajoelhou e pediu você em namoro. – falou ela

Mudei os pensamentos, assim como ela havia me pedido, lembrei do dia em que conheci todo o pessoal da escola...

- E se não fosse por mim você estaria até agora andando por ai sozinha. – ela deu uma gargalhada. – Muito bem, o que vamos fazer?

- Não podemos contar para ninguém, eles vão achar que estamos ficando loucas. – não sei elas mais tenho certeza que Briam ia achar que sou pirada.

- Você tem razão, iriam achar mesmo – concordou josy.

- Esse será nosso segredo. – disse ambry.

E então fizemos um pacto que jamais poderia ser quebrado, um pacto de amizade, que envolvia algo muito estranho por trás.

***

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Capítulo IV

- Acorda garota – disse Josy puxando meu lençol – vamos passear, anda, vai se arrumar – ela arrumou minha cama enquanto eu escovava os dentes.
- Onde ele foi? – não vi Briam quando acordei.
- Ele saiu ainda de madrugada, vai nos encontrar na piscina.
- Ok! – tinha um maiô velho na mala.
- Eu trouxe um biquíni para você Miry, só não lembro onde coloquei – ela se virou e foi procurar na mala – aqui está, é branco vai lhe cair bem.
Estava perplexa, como ela sabia, ou será que teria vasculhado minha mala.
- Acalme-se, eu só estava tentando ajudar – ela estava séria – eu juro, não fiz por mal...
- Está tudo bem, bom eu não tinha mesmo, obrigada amiga, mas então, vamos? – tentei contornar a situação.
Todos estavam na piscina, Briam, Justin, Ambry, Gaby, July e outros. Quando chegamos todos vieram nos cumprimentar, estava tão quente que resolvi entrar na piscina. Quando pulei, fui para o fundo, a água que estava quente parecia congelar, tentei subir a superfície mas a agua estava congelada, tentei gritar, mas ninguém pareceu perceber nada de diferente, como poderia? O que acontecera? Gaby pareceu olhar para a piscina, encontrou meus olhos, ela pulou na piscina e a água pareceu esquentar.
- Venha, saia da água – disse-me Gaby.
- O que aconteceu? – estava assustada e confusa.
- Não faço idéia, a piscina deve estar com algum defeito – nem Gaby parecia entender o que acontecera.
- Josy preciso falar com você – estava assustada – podemos dar uma volta?
- Claro, vamos – ela estava tranqüila, não pareceu notar o que tinha acontecido.
Andamos normalmente até uma ponte onde não havia ninguém – aqui está bom – disse a ela – você percebeu o que aconteceu na piscina? – não sabia explicar – quero dizer, a água congelou quando entrei e esquentou quando Gaby entrou – parecia estar ficando maluca.
- Não percebi nada de diferente – ela parecia sincera.
- Então como pode? – como só Gaby poderia ter percebido? O que estava acontecendo? – estou muito confusa.
Josy andava de um lado para o outro, já estava cansada só de ver, tentando (entender) o que houve na piscina, pediu para que repeti-se tudo, com os mínimos detalhes e mesmo assim nada, ela era minha única esperança, para quem mais pediria ajuda?
- Preciso dar uma volta, estou muito confusa, prometo não demorar – disse a ela.
- Tome cuidado, não quer chamar Briam? – perguntou-me.
- Não, preciso pensar – sai sem dizer mais nada.
Andei até a Waitomo Caves, uma caverna tão conhecida, era linda, iluminada e bem no inicio da floresta, que ficava próxima ao hotel em que estava hospedada.
Não pude resistir, dar uma olhada não faria mal algum, além do mais está cedo, preciso pensar e tentar entender o que houve.
La dentro era muito mais claro, havia pedras com escritas, desenhos, uma espécie de leito passava no canto das pedras, era de uma água cristalina, estava calor e pensei em jogar uma água no rosto para refrescar, mas algo muito estranho aconteceu, quando coloquei a mão na agua ela começou a congelar.
- Eu estou ficando louca, só pode – andei mais um pouco, logo a frente tinha um laguinho, resolvi entrar na água, estava congelada e meu corpo estava quente, a sensação era deliciosa. Senti um puxão.
- Por que você fez isso sua idiota? – gritei.
- Acalme-se sua tola, sou eu, a Ambry, não grite comigo. – sua expressão era amarga.
- Por que me puxou desse jeito?
- Você não percebeu o que estava fazendo?
- Não, vá embora, saia daqui, quero ficar sozinha – gritei.
- E morrer congelada? – percebi um sarcasmo em seu tom.
Um silêncio se fez, senti minhas veias congelarem, apontei para Ambry e gritei – Sai agora – nesse instante percebi que havia transformado Ambry em uma linda estátua de gelo. Meu Deus, e agora?
- Vim ajudar você – escutei Gaby dizer – espere lá fora, me deixe cuidar dela.
- Está bem – sai e me sentei em uma pedra, levei meu rosto até os joelhos, as lágrimas escorriam pelo meu rosto.
- Vamos – Josy estava parada ao meu lado. Gaby estava trazendo Ambry para fora nessa hora – Vamos todas juntas.
- Espere – arfei – o que está acontecendo, se eu encosto na água ela congela, se Gaby encosta derrete, como Ambry sabia que eu estava aqui? E você Josy, por acaso é advinha, pode escutar pensamentos, vozes ou o que? – meu tom de voz parecia de pânico.
- Posso garantir que tenho um sexto sentido muito bom, mas é só isso – disse Josy.
- Não sei explicar, mas sabia, quero dizer, eu vi você aqui – disse Ambry virando-se e apontando para a caverna – vim correndo, você parecia não sentir, mas você estava congelando tudo – sua expressão era vazia.
- O que posso garantir é que sei tanto quanto você – Gaby parecia mais confusa – quando encosto em algo gelado, algo liquido,ferve, quero dizer, fica muito quente.
- Josy? O que faremos? – perguntei.
- Vamos as quatro descobrir o que aconteceu – ela respondeu.
Saímos enquanto observava a caverna ficar cada vez mais distante, entramos no hotel
- As 19horas quero todas no saguão do hotel – Josy virou-se e saiu novamente.
Nos separamos indo cada uma para o seu quarto. Nem passei pela cama, fui direto para o banheiro e me olhei no espelho, algo estava diferente, minha pele brilhava, meus olhos estavam mais claros, um azul quase branco. Liguei o chuveiro, a água que era quente, simplesmente congelou o que está acontecendo? Me concentrei, fechei os olhos e a água começou a cair novamente, me movi lentamente olhei para o chuveiro e a água estava congelada de novo. Sai do banheiro ainda confusa com tudo o que houve. Comecei a me vestir e, estava penteando os cabelos quando a campainha soou, abri a porta e encontrei Briam. Estava lá parado como uma estátua grega.
- Oi – disse ele com um sorriso torto.
- Oi – respondi – Quer entrar?
- Tudo bem – já tinha entrado quando respondeu – estava com saudade, o que aconteceu? Por onde andou o dia todo?
- Eu também, resolvi dar uma volta... – e agora conto ou não, se eu disser ele vai achar que estou louca – acabei entrando em uma caverna, as meninas preocupadas foram atrás de mim e depois você sabe, vitrines, meninos, lojas e mais lojas...
- Ok, já entendi – ele estava rindo – Será que agora você tem um tempo para mim? – aquele sorriso.
- Claro que tenho – abri os braços, ele andou em minha direção, me abraçou forte, suas mãos percorriam dos meus ombros até minhas mãos, seus olhos estavam fechados, meus lábios encontraram os dele, ficamos assim por um longo tempo.
- Quero lhe pedir uma coisa, na verdade queria fazer isso no almoço, mas você sumiu – ele se ajoelhou diante de mim – Miryan, você é muito importante para mim, não consigo ficar sem você, não suporto nem a idéia... – seu olhar era profundo – Você quer ser minha namorada?
- Eu... bom, pensei que já fossemos namorados – na verdade era o que eu achava.
- Sim, mas o pedido oficial não havia sido feito, você me aceita?
- Claro que aceito meu amor – ele levantou, me pegou no colo e começou a girar, parecia uma montanha russa desgovernada – Para! – gritei, mas foi inútil.
- Sou o homem mais feliz do mundo – caímos na cama o teto parecia girar.
- Estou enjoada – tentei levantar, mas foi em vão.
Ficamos abraçados na cama sem dizer uma só palavra.

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Capítulo III

Quando cheguei à escola Briam estava na minha classe conversando com Josefy. Ela me olhou sorridente, ele se levantou e veio ao meu encontro. Eu ainda olhava para Josy, que estava com aquela cara de “eu sei de tudo”, claro que Briam contara tudo para ela.
- Bom dia – disse ele encostando seus lábios de leve nos meus.
- Bom dia – respondi, toda sala olhava para nós, ele me acompanhou até minha classe e foi para o lado de Gaby. Ela acenou para mim, eu apenas assenti.
Quando me sentei pude ver que Josefy me encarava curiosa.
- Bom dia Josy – disse.
- Olá garota, e ai conte-me como foi beijar Briam Brown?
- Foi incrível! – nós duas agora parecíamos amigas de infância.
O professor entrou na sala e disse que faríamos um passeio, não entendi o lugar, pois estava olhando para Briam.
-... O que acha Sra. Butongs? – perguntou-me o professor interrompendo meu olhar para Briam.
- Acho incrível – nem sabia do que ele estava falando.
- Ótimo – ele disse virando e voltando a falar do passeio.
- Você vai? – perguntou Josy.
- Onde? – não havia escutado.
- Para Nova Zelândia – disse.
- Não sei – na verdade, não sabia mesmo.
- Vamos, não é todo dia que a escola quer levar os alunos para a Ilha do Norte da Nova Zelândia – Josefy estava maravilhada com a idéia.
- Talvez, tenho que ver com meus pais, tem que pagar passagem, alimentação, não sei se vai dar – queria muito ir, mas a situação financeira não era das melhores.
- Você vai comigo e não se discute – ela só podia ler meus pensamentos.
- Mas... – tentei dizer.
- Nem mais, nem menos, você vem comigo. Amigas para todas as horas, certo?
- Certo, obrigada.
- Não agradeça, só venha e já ficarei feliz.
- Ok!
O resto da manhã passou rapidamente, a exceção foi Briam passar o intervalo comigo. Ele se ofereceu para me levar para casa, aceitei.
- E ai, vai para Nova Zelândia? – ele estava animado com a idéia.
- Vou. Josy vai me levar na bagagem dela – disse com sarcasmo.
- Ah – ele percebeu a nostalgia em minha voz – Vai ser bom, quero dizer, eu adoraria que você fosse – ele parecia estar sendo sincero – seria ótimo passar um tempo a sós, quero dizer eu e você – ele fitava o chão – sabe quero muito ficar com você – seus olhos encontraram os meus, ele se aproximou, me puxou para seu peito, seus lábios procuraram pelos meus, sua respiração estava pior que a minha, ele se afastou.
- Desculpe – ele disse, virou-se e foi embora sem dizer nada. O que teria acontecido? Ele nunca agira assim.
Briam voltou mais tarde, se desculpou pelas suas atitudes, disse que não suportava a idéia de me perder – achava que ele estava ficando louco – aceitei suas desculpas. Ele foi para sua casa, subi para meu quarto e desabei na cama exausta.
Duas semanas se passaram e nada de anormal aconteceu, a única novidade era Briam, agora ele passava quase toda semana ao meu lado, íamos de carro até a minha casa, a tarde, como estava sem fazer nada, saíamos, eu estava procurando um emprego, mas, sabe como é, não conheço nada, mas Briam e Josy prometeram me ajudar.
O que mais surpreendeu, foi ver a escola toda se modificar. Tudo isso por um passeio à Nova Zelândia, que seria daqui a uma semana. Meu Deus está chegando perto! Preciso falar com Josy.
- Posso falar com você um minuto? – perguntei a Josy.
- Claro, vamos – respondeu simpática, me levando para o corredor – o que você precisa querida?
- Bom, não sei como explicar – procurei achar alguma maneira para contar – já faz algum tempinho que Briam disse, bom – como iria dizer? Queria sair correndo – que, queria que fossemos para Nova Zelândia, eu e ele, bom ele quer passar um tempo a sós comigo – baixei a cabeça, não sabia mais o que dizer.
- Meu bem, isso é ótimo, ele quer ficar com você – ela parou de falar, de repente Briam estava ao meu lado. Será que ela sabia que ele iria chegar?
- Posso roubá-la de você, Josy? – ele tinha um sorriso que faria uma geleira derreter.
- Não se esqueça de devolver – Josy soltou uma gargalhada, parecia se divertir.
Briam me levou até o jardim, era um lugar mágico, havia diversas plantas e flores. Ele segurava minha mão enquanto passávamos pelo meio das plantas, havia samambaias, margaridas, rosas, violetas, inúmeras espécies. Havia um banquinho branco onde nós nos sentamos, a expressão dele era tranqüila.
- Mi, gostaria de lhe explicar uma coisa. Bem, quando lhe disse que gostaria de, você sabe, ficarmos a sós, não quero pressionar você a nada, quero dizer, se você não me quiser vou aceitar, tenho que aceitar – seus olhos estavam vidrados nos meus - entende o que quero dizer? Não quero que me interprete – nesse instante levei minha mão até seu rosto, ele ficou em silêncio, ainda me olhando, passei meus dedos em seus lábios, ele fechou os olhos, parecia que estava mais relaxado, me aproximei lentamente, encostei meus lábios nos dele suavemente e me afastei para olhá-lo.
- Não se preocupe gosto muito de você – não sabia como explicar, respirei fundo – podemos dar tempo ao tempo? – esperava não ter sido radical.
- Espero o tempo que você quiser querida – ele se aproximou e me puxou para seus braços – o tempo que você quiser – sussurrou em meu ouvido – vamos para a aula – disse já me levantando, ainda junto ao seu corpo.
- Vamos – já estávamos no corredor quando respondi.
O resto do dia passou calmamente. Para ser sincera a semana toda passou muito tranqüila.
- Trouxe tudo? – perguntou-me Josy – mal posso esperar, esses minutos parecem horas – estava claro que Josy estava louca para viajar, a idéia estava começando a me deixar animada, olhei em volta procurando Briam, mas não o encontrei, onde será que ele estava?
- Ele logo vai chegar, acalme-se – Josy literalmente lia pensamentos.
- Como você sabia...? – não queria perguntar, parecia idiota demais.
- Uma hora dessas prometo explicar, juro! Agora pelo amor de Deus, vamos? – disse já pegando sua linda bolsa preta da Colcci.
- Vamos nessa – não conseguia parar de olhar para trás, esperava encontrar ele. Não demorou muito e pude vê-lo correndo para chegar a tempo.
- Bem na hora garoto – disse Josy beijando-lhe a face. Ele, como sempre, sorria.
- Que bom que veio – disse a ele – E então vamos? – me surpreendi com minha espontaneidade.
A viagem foi tranqüila, dormi nos braços de Briam.
- Chegamos, acorda minha princesa – disse Briam sussurrando em meu ouvido.
Fomos para o hotel, desabei na cama estava exausta. Quando acordei já estava escuro, virei para o lado e Briam estava lá, dormia como um anjo. Fiquei admirando sua beleza, mas não podia ficar ali para sempre. Levantei e fui para o chuveiro, demorei bem mais que o de costume. Reparei que minha cicatriz estava cada vez mais vermelha, o que estaria acontecendo? Ela nunca me incomodou. Resolvi não me preocupar, sai do banheiro de roupão e toalha na cabeça, na ponta dos pés para não acordar Briam, o que foi inútil já que ele estava sentado na cama me encarando.
- Nossa você demorou – disse levantando e andando em minha direção, encostou seus lábios nos meus – minha vez de ir para uma ducha, já volto – e foi para o banheiro.
Liguei as luzes do quarto, aproveitei para me vestir, estava quase pronta quando Briam saiu do banho, ele estava com uma toalha enrolada na cintura, seu peito estava todo amostra, nunca o tinha visto sem camisa. Como ele era perfeito e lindo!
- Nada melhor do que um banho – ele estava andando na minha direção – Josy nos deixou sozinhos essa noite – estava cada vez mais perto – estava pensando em pedir o jantar aqui mesmo, o que acha?
- Parece uma boa idéia – enlacei meus braços em sua cintura, não podia deixar essa oportunidade passar – e depois o que vamos fazer?
- O que sugeri? – ele estava com os olhos esperançosos.
- Vamos passear pela cidade – percebi que ele não havia gostado – ou podemos ficar aqui e descansar, o que acha?
- Vamos ficar – respondeu rapidamente.
O jantar estava ótimo e ficamos conversando. Ainda estava cansada e resolvi deitar, mas apaguei novamente.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Capítulo II

Era uma tarde quente, mas agradável, o sol brilhava e eu estava me arrumando para tomar um sorvete com Briam, o cara mais gato da escola. Vesti inúmeras roupas, mas todas pareciam horríveis e extravagantes demais para um sorvete. Resolvi ir com um short azul jeans, meu all star preto e minha blusa branca, que deixava minhas costas a mostra.
Amarrei meu cabelo em um rabo de cavalo, passei um gloss nos lábios, estava quase pronta, só faltavam os brincos, corri para pegar, quando escutei uma buzina. Caminhei até a janela e lá vi Briam em seu belo carro prata, cujo modelo eu desconhecia. Acenei para ele e corri atrás dos brincos.

- Olá – disse Briam com um sorriso no rosto – você está linda.
- Olá, obrigada. – que sorte não mostrar o vermelhão do meu rosto – que belo carro – mudei de assunto. Ele me olhava no fundo dos olhos, não conseguia pensar enquanto minha respiração era alta, quase ofegante e me deixava irritada.
- Ah... obrigado – disse ele abrindo a porta para que eu entrasse – é um prado, com teto solar, minha belezinha – disse já fechando a porta.
Enquanto ele caminhava ao redor do carro fiquei admirando-o, ele era tão lindo, seu corpo, seu rosto, era um conjunto, uma obra de arte, não parecia real. Ele finalmente entrou no carro.
- Foi ótimo você ter aceitado meu convite, vamos poder nos conhecer melhor – ele sorriu e piscou para mim – vamos – disse por fim, já girando a chave.
Quando chegamos à sorveteria, ele estacionou cuidadosamente seu carro, desceu e abriu a porta para mim.
- Chegamos – ele pegou minha mão. Senti meu sangue fazer minhas veias do pulso pularem freneticamente.
Entramos e andamos na direção de uma das mesas. Ele puxou a cadeira para mim, sentando-se ao meu lado.
- E então, me conte sobre você – seus olhos estavam nos meus, desviei para poder falar.
- O que... exatamente quer saber? – perguntei.
- O que você quiser contar – ele disse.
- Bom eu me mudei faz pouco tempo, sou nova na escola, você me acertou uma bolinha de papel, ficou com remorso e me chamou para um sorvete para se desculpar – me senti tola ao falar desse jeito, ele começou a rir sem parar.
- O que foi? – perguntei nervosa.
- Nada – disse rindo novamente – quer dizer que você acha que a convidei só por que acertei uma bolinha... – ele começou a rir – isso não faz sentido, percebe-se que é nova na escola.
- O que? Por quê? – não estava entendendo.
- Eu reparei em você quando entrou pela porta da sala pela primeira vez – ele parou e fitou meus olhos – você não percebeu?
- Não – como não percebi aquele garoto lindo e perfeito?
- Então tive a idéia de lhe acertar... – ele sorriu.
- Quer dizer que... – tentei me lembrar do dia, mas os olhos dele não permitiram – você fez de propósito?
- Aham – ele pegou minha mão trêmula. Vi que ele percebeu, mas aparentou ignorar enquanto levantava e beijava minha mão, senti seus lábios quentes e macios.
- Como está o sorvete? – perguntou ainda segurando meus dedos.
- Está ótimo – respondi – já terminei – respondi olhando para o pote, ele olhou também e sorriu.
Conversamos sobre música, sobre a escola, sobre o carro que ele ganhara de aniversário e que era seu “chodó”. As horas passaram e nem percebemos. A garçonete se aproximou e falou gentilmente.
- Desculpe incomodar, mas está na hora de fechar.
Ele levantou, pagou a garçonete e puxou minha cadeira.
- Obrigado – disse ele para a garçonete.
Pegou na minha mão e fomos até o estacionamento. Ele abriu a porta para que eu entrasse e a fechou delicadamente. Contornou o carro entrando e girou a chave.
Dessa vez ele ligou o rádio e aumentou o volume. Chegamos em casa tão rápido que nem percebi.
- Foi uma tarde adorável – disse ele abrindo a porta. Sai parando à sua frente – Posso acompanhá-la até a porta? – seu sorriso era irresistível.
- Claro – respondi tão rápido que me surpreendi.
- Chegamos, obrigada pelo sorvete, foi uma tarde agradável, como você disse – me virei para a porta e ele pôs a mão em meu ombro, sua mão era delicada e estava gelada.
- E meu beijo de despedida? – seu sorriso era torto e seus olhos pareciam os de uma criança pedindo um doce.
- Ah, claro – me virei para ele. Fiquei na ponta dos pés e beijei seu rosto. Ele riu.
- Assim não vale – ele passou as mãos em minha cintura, seus olhos fitaram os meus e sua mão subiu até o meio das minhas costas, as minhas mãos enlaçaram seus pescoço. Tive que ficar na ponta dos pés, mas logo ele me levantou se aproximando. Como eu podia resistir? Me inclinei para mais perto e fechei os meus olhos sentindo seus lábios macios e quentes se moldarem aos meus. Ele me puxou para seu peito, sua respiração era alta como a minha, nossos lábios começaram a se mover lentamente, de repente os lábios dele ficaram mais urgentes buscando os meus. Não conseguia respirar, o ar não era suficiente, o beijo foi à melhor experiência da minha vida, ele desceu os lábios pelo meu pescoço, aproveitei para respirar. Seus lábios subiram até meu ouvido, ele sussurrava, muito baixo, estava tão ofegante quanto eu.
- Esse sim, foi um beijo de despedida – ele deslizou os lábios pela minha bochecha e moldou meus lábios novamente, mergulhando em outro longo beijo. Nos separamos lentamente.
- Te vejo na escola – ele disse se virando e indo para o carro.

Entrei em casa completamente tonta, não via o chão, nem nada, mirei as escadas e subi. Entrei em meu quarto e desabei na cama.
Sonhei com Briam obviamente, depois dos beijos se não sonhasse não me perdoaria.
O sonho era em uma floresta, estávamos sozinhos, ele me beijava com urgência, de repente ele saiu correndo atrás de alguma coisa, não reparei no que era, eu gritava para ele voltar, mas ele corria rápido demais, uma anormalidade, concerteza. Acordei percebendo que era apenas um sonho bobo e voltei a dormir.
O sol batia em meu rosto e entrava pela janela clareando todo o quarto.
O domingo passou se arrastando. Aconteceram as mesmas coisas de sempre, eu levantei e fui para o banheiro tomei um banho quente. Reparei que minha cicatriz estava vermelha, ela normalmente é branco, devia ser por causa do banho quente. Me vesti e desci para comer algo, notando que a casa estava vazia e que havia um bilhete na mesa.

“Querida, fomos ao supermercado, mas voltaremos logo, esquente comida congelada se estiver com fome.”
Mamãe.

Esquentei no microondas uma mini lasanha, coloquei num prato e sentei para comer. Quando terminei lavei a louça e subi para o quarto. Não havia muito dever, fiz rapidamente uns cálculos para trigonometria, liguei o rádio e peguei um livro para ler, Nora Roberts minha escritora favorita.
O dia passou lentamente. Desci para a janta, meus pais perguntaram sobre a escola, respondi que era legal, dei-lhes boa noite e subi. Não estava cansada, nem com sono, demorei em dormir. Briam não saia dos meus pensamentos.
Quando consegui, mergulhei na escuridão da noite, dessa vez, sem sonhos.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Capítulo I

A mudança ainda estava em algumas caixas e meu quarto quase pronto. Era pequeno, as paredes eram brancas, tinha uma janela no canto esquerdo onde coloquei uma cortina rosa claro e troquei as lâmpadas velhas e amarelas do lustre por pequenas lâmpadas fluorescentes. Como a casa toda estava meio mobiliada, trouxemos só o que não tinha. O roupeiro era embutido, a cama era de casal com a cabeceira em um tom marfim com formato de coração e, o bônus era uma penteadeira com três espelhos grandes no mesmo tom de marfim que os outros móveis. O quarto tinha um carpete, mas pedi para tirar devido a minha alergia.
O final de semana passou demoradamente, nossa família é pequena e, como somos novos ainda não recebemos visitas.
O dia amanheceu, estava claro quando alguém me chamou.
- Miry, está na hora querida – falou minha mãe sem abrir a porta.
- Já vou – respondi enquanto levantava. Tirei o pijama, vesti uma roupa confortável, peguei minha mochila, desci as escadas, apanhei uma maçã da fruteira e sai para a escola.
Não tinha pressa, como era nova ainda não tinha amigos, só conversava com Josefy, minha colega de classe, ela sempre chegava antes de mim.
A escola ficava a cinco quarteirões da minha casa, não era longe. Quando cheguei fui direto para a sala e estranhei minha colega não estar lá. Sentei e aguardei curiosa. Onde ela poderia estar? Será que iria demorar? O que acontecera? Perguntava-me e, nesse exato momento ela chegou. Estava deslumbrante. Sua presença fazia com que qualquer garota se sentisse um “trapo sujo”, sempre se vestia impecavelmente, usando tons escuros para realçar sua pele branca como porcelana, seus lábios eram sempre vermelhos como sangue, olhos escuros, pretos como a noite, seu corpo era magro, o cabelo era loiro platinado e curto totalmente picado, apontando para várias direções.
- Bom dia – disse ela sentando-se ao meu lado.
- Bom dia – respondi sorridente.
Estava curiosa, mas não sabia se perguntava o que acontecera, então resolvi deixar a curiosidade de lado.
Estava imersa em meus pensamentos quando uma bolinha de papel bateu em meu olho. Foi naquele exato momento que reparei nele, um garoto com um físico de tirar o ar de qualquer garota. Seus olhos eram verdes, sua boca se movia rápido, seus dentes brilhavam como diamantes, seu cabelo bem arrumado era preto como carvão.
- Me desculpe – disse ele – Não machuquei seu olho, não foi? – continuou a falar.
- Não foi nada... – falei. Como alguém pode ser tão lindo?
Minha colega Josefy ria baixinho, fiquei envergonhada pensando que ela tivesse lido meus pensamentos, que paranóia minha isso é impossível.
O garoto perfeito pediu desculpas e foi para sua classe ao lado de uma garota cujo nome não sabia dizer, ela era magra e parecia ser alta, a julgar pelo tamanho das pernas, seu cabelo cor de fogo alcançava o meio das suas costas. Não consegui ver seu rosto, estava virada para frente. Quando ele sussurrou algo em seu ouvido, ela se virou para me encarar e então pude vê-la. Tinha uma pele clara, bochechas rosadas e olhos claros como os dele, que agora também me fitavam. Baixei a cabeça e pude ver que os dois se viravam para frente. Senti meu rosto queimando, mas ninguém podia ver. Essa é uma das vantagens de ter pele escura.
Como não havia percebido aquele garoto lindo antes? Quem era aquela garota ao lado dele? Meu Deus onde eu estava com a cabeça que nunca o vi? O que mais perdi?
- Eu sei de tudo e posso ajudar você, se quiser é claro – disse Josefy interrompendo meus pensamentos.
- Claaaaro, ah se não for atrapalhar – disse sem graça. Mas como ela sabia? Ela parecia ter lido meus pensamentos, mas como...
- Não atrapalha nada sua bobinha – disse-me com um sorriso torto.
Nesse instante ela se colocou de pé e o sinal tocou. Parecia que ela sabia que iria tocar.
-Vamos nessa – disse puxando-me pela porta – Hoje você irá conhecer o pessoal, meus amigos.
Caminhamos até o refeitório, lá havia diversas mesas dispostas aleatoriamente onde os estudantes se espalhavam. Seguimos na direção de uma mesa cheia de garotos parando de frente para eles e ela começou a falar. De inicio não prestei muita atenção no que ela tagarelava, mas depois interrompi meus pensamentos para ouvir.
-... E então essa é... ah Miryan, minha colega de classe – foi o que consegui ouvir.
- Olá gatinha – disse um garoto alto, mais alto que eu, tinha um físico de um jogador de beisebol – Meu nome é Justim Brown, muito prazer em conhecê-la – ele beijou minha mão.
- Ah... igualmente – disse sem graça. “Que gato”, pensei.
- Oi, sou Michael, é um prazer conhecê-la – este não se levantou só acenou para mim, mas deu uma piscadinha sorridente.
- Igualmente – respondi.
- Esses são William, Samuel e Briam, meu irmão – disse Justim apontando para os outros.
- E ai – disseram Samuel e William.
Apenas assenti. Quando me dei conta, Briam estava na minha frente a dois palmos de distancia.
- Você é a garota que eu acertei uma bolinha de papel no olho, não é? – perguntou-me.
- Ah... sim foi – disse sentindo meu estômago se revirar.
- Me desculpe – ele começou – Sou Briam Brown, irmão do Justim – ele parou olhando para seu irmão – esse assanhado – algumas risadas se sucederam com o pequeno comentário de Briam – Você é nova por aqui não é? – perguntou ele com um sorriso estonteante.
- Ah, sim sou nova. Me mudei há poucas dias para cá... – nesse momento Josefy se meteu entre nós.
- Bom, vocês podem se falar depois. Tenho que apresentar o resto da escola para ela se não se importa Briam – ela disse virando-se para ele e dando um beijo em seu rosto.
- Tudo bem – respondeu ele prontamente – Vejo vocês na sala – disse voltando para a mesa.
Nós duas saímos e fomos para outra mesa, nessa havia somente garotas.
- Olá meninas – disse Josy.
- Olá – responderam sorridentes.
- Esta é Miryan, minha colega. Ela é nova por aqui e eu me ofereci para apresentar a escola – disse Josy – esta é Gaby, July e Ambry.
-Oi – disseram as três – Sente-se aqui conosco, seja bem-vinda.
- Ah, obrigada – e me sentei, reconheci um rosto ali, a garota que sentava ao lado do Briam. Tinha certeza de que era ela.
- Você é a garota que o Briam acertou hoje na aula? – perguntou uma voz de anjo. Analisei suas roupas e notei que se vestia despojadamente. Um casaco com as mangas dobradas até o cotovelo, uma blusinha clara para dar destaque, já que seu casaco era preto e simples, tinha um sorriso meigo que não mostrava todos os dentes. Percebi então que não havia respondido sua pergunta e interrompi meus pensamentos para fazê-lo.
- Sou sim, mas não foi nada. Não perdi a visão pelo menos – fiz piada e elas acharam graça. Riram pelo menos.
- Ah – disse ela entre gargalhadas – você é muito engraçada – acrescentou entre risos novamente.
- Obrigada.
- Eu sou Gaby, é um enorme prazer!Bem-vinda a escola, espero que goste daqui.
- O prazer é meu. Espero que sim. – eu realmente esperava gostar da escola.
- Eu sou Ambry Mayer – disse a garota ao lado dela - Sou sua colega também! – parecia a miss simpatia. Seu cabelo era castanho, olhos meio avermelhados, tinha lábios finos, sua pele era morena, pouco mais clara que a minha, vestia uma blusa branca com alguns botões abertos.
- Oi, é um prazer conhecer você também – já estava me sentindo bem acolhida na escola.
- Já que todas falaram, também vou me apresentar. Sou July Scrin – ela era a menos bonita, pode se dizer, ruiva com sardas em seu rosto e era a única a usar o uniforme, pensei que não havia notado minha presença, estava com seu óculos caído até a ponta do nariz, imersa em um livro – seja bem-vinda – ela acrescentou educadamente e voltou para sua leitura.
- Ah, obrigada – o sinal tocou, mais alto dessa vez.
- Bem garotas, vamos para o sacrifício, aula de física quântica – disse Josy. Nos levantamos e fomos para a sala em silêncio.
Quando sentei em minha classe havia um pedaço de papel dobrado em baixo do meu caderno, onde dizia:

“Perdoe-me, gostaria de recompensar, o que acha de tomar um sorvete?”
Briam.

Fiquei paralisada. Minha respiração podia ser ouvida a quilômetros de distancia.
- Você vai, não é? – perguntou Josy curiosa.
- Ahm, não sei. A Gaby não é namorada dele? – perguntei tão baixo que nem sei se ela pôde me escutar.
- Não, Briam é solteiro, e acho que está afim de você – ela lançou um olhar para ele, seu sorriso era malicioso.
- Você é vidente, lê mentes ou o que? – estava intrigada.
- O que? – disse ela – não, quer dizer, isso é meio óbvio, não precisa ser vidente ou ler mentes para saber, é só conhecer os garotos.
O resto da semana voou.